Tivemos
duas semanas de intervalo entre as reuniões porque a escola esteve fechada para
a Jornada Pedagógica, onde somente os professores e coordenadores participam. O
dia foi conturbado e muitas alunas não puderam comparecer, nossa reunião ficou
menor, porém não nosso entusiasmo. Em verdade, a conversa iniciou-se fraca e
desanimada; quando o grupo é maior sentimos uma energia mais mobilizadora –
precisamos retomar com mais força nossa luta.
O
primeiro tópico foi o uso do genérico masculino como o eleito pela norma culta
da linguagem – e também dominante – como ferramenta de exclusão da fala
feminina principalmente pelos discursos de poder. Ao invisibilizar o gênero
feminino, demarcando bem as diferenças nos nomes atribuídos as coisas, apagamos
a fala da mulher e suas reivindicações da fala universal.
Estudamos
também como o direito de decidir e, portanto de falar, foi-nos negado durante
séculos quando éramos proibidas de nos manifestar publicamente. Além do mais,
debatemos as medidas possíveis e as que ainda não foram inventadas para
mudarmos isso, afinal, a linguagem, tal qual um líquido, irá se adaptar as
mudanças infladas pelo debate.
Ao
universalizarmos nossa dor, poderemos olhar mais atentamente para o que nos
constitui como indivíduos. Cada uma de nós multiplicou as possibilidades de
vivências no processo de reconstrução de uma linguagem que consiga abarcar o
sentido mais amplo de igualdade. Os significados são tantos; precisamos
decifrá-los.
"Concretizamos o sexismo em
dois efeitos fundamentais: o silêncio e o desprezo. Por um lado, o ocultamento
das mulheres, nosso silêncio, nossa não existência. Estávamos escondidas detrás
dos falsos genéricos: esse masculino que havíamos aprendido na escola, “abarca
os dois gêneros”.
Tereza Meana Suárez
Fonte:
http://mulheresrebeldes.blogspot.com.br/2009/04/sexismo-na-linguagem-algumas-notas.html
Estou discutindo sobre isso agora mesmo. O blog irá gerar vários debates! Gostei ;)
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