terça-feira, 10 de julho de 2012

Expandir os horizontes!


 
Em abril desse ano, as integrantes do grupo Atitude Feminista foram até as salas de aula dos sétimos anos para convidá-las a participarem do projeto. Muitas meninas se interessaram e, então, montamos mais um grupo de estudos, funcionando em contra-turno, todas as terças-feiras, das 15h às 16:30h.

Em nossa primeira reunião, escrevemos perguntas íntimas, e por isso mesmo, intimidadoras, em papéis anônimos e acabamos debatendo diversos assuntos vistos como tabus como violência, sexualidade e opressão. Numa conversa franca e responsável, debatemos temas geralmente silenciados que impedem o crescimento saudável do educando. As meninas que estavam pelos cantos, cochichando na surdina, saíram do silêncio e abriram as portas da honestidade – e  muita alegria.


Vivemos em uma sociedade que pouco conversa com as crianças e jovens. Muitos deles e delas chegam a escola cheios de dúvidas, questionamentos, curiosidades que, dentro de casa, ou não podem conversar ou sentem vergonha de perguntar para a mãe ou qualquer outro membro da família. Acabam aprendendo sobre sexualidade em programas de baixo nível, como o Pânico – onde sexo é tratado como um mero roçar de corpos. Além do mais, chegam cheios de preconceitos e discriminações cruéis, reflexos de um lar e uma sociedade racista, machista e homofóbica. 

Noutro encontro, investigamos as diversas mulheres escritoras, deslumbradas com as palavras gritadas em versos fortes. Artistas plástica, musicistas, cientistas, mulheres orgulhosas de sua luta diária.


"Ultrapassar a desigualdade de gênero pressupõe, assim, compreender o caráter social de sua produção, a maneira como nossa sociedade opõe, hierarquiza e naturaliza as diferenças entre os sexos, reduzindo-as às características físicas tidas como naturais e, consequentemente, imutáveis. Implica perceber que esse modo único e difundido de compreensão é reforçado pelas explicações oriundas das ciências biológicas e também pelas instituições sociais, como a família e a escola, que omitem o processo de construção dessas preferências, sempre passíveis de transformações."
(Meninas e meninos na Educação Infantil: uma questão de gênero e poder – Claudia Vianna; Daniela Finco)
Fonte:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332009000200010&lng=pt&nrm=iso

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